Trabalho, obra e ação ligados à vida humana
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Trabalho: garante a sobrevivência biológica, tanto individual quanto da espécie (alimentação, reprodução, manutenção da vida).
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Obra: cria permanência no mundo (construções, arte, objetos duráveis) e dá estabilidade diante da fugacidade da vida.
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Ação: funda e preserva corpos políticos, ou seja, cria história e memória coletiva, ultrapassando a mera sobrevivência.
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Natalidade e mortalidade
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Para a filosofia clássica e metafísica, a mortalidade sempre foi o eixo: o humano seria aquele que pensa e age à sombra da morte.
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Arendt inverte: o centro da política não é a morte, mas o nascimento (natalidade).
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Isso porque cada ser humano que nasce traz a possibilidade de um novo começo, uma iniciativa inédita.
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Ação como expressão da natalidade
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Ação é a única atividade que expressa diretamente a natalidade: cada pessoa, ao entrar no mundo, pode iniciar algo novo.
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É justamente isso que torna a política possível — não a repetição do mesmo, mas a abertura para o inesperado e para o inédito que surge com cada novo ser humano.
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👉 Em resumo: Arendt está dizendo que o verdadeiro motor da política não é a finitude (como em muitos filósofos que pensaram o humano a partir da morte), mas a natalidade: a capacidade de começar algo novo, de agir, de fundar. A política, então, é a arte dos começos, não do fim.
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