segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Revisão Simulado ENEM

1 Método Socrático

“Uma conversação de tal natureza transforma o ouvinte; o contato de Sócrates paralisa e embarassa o interlocutor, que, ao ser interpelado, não sabe o que responder.” (PLATÃO. Apologia de Sócrates. São Paulo: PUC-SP, 2004.) A atitude apresentada na interlocução do filósofo Sócrates com Mênon é um exemplo da utilização do(a):

A) escrita epistolar
B) método dialético
C) linguagem trágica
D) explicação fisicalista
E) suspensão judicativa

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2 Filosofia Medieval

“Desde que ouvimos a palavra 'Deus', sabemos, de imediato, que Deus existe. Com efeito, essa palavra significa uma coisa de tal ordem que não podemos conceber nada que lhe seja maior. Ora, o que existe na realidade e no pensamento é maior do que o que existe apenas no pensamento. Donde se segue que o objeto designado pela palavra 'Deus', que existe no pensamento, desde que se entenda essa palavra, também existe na realidade. Por conseguinte, a existência de Deus é evidente.”
(TOMÁS DE AQUINO. Suma teológica. Rio de Janeiro: Loyola, 2002.)

Pergunta: O texto apresenta uma elaboração teórica de Tomás de Aquino caracterizada por:


A) reiterar a ortodoxia religiosa contra os heréticos.
B) sustentar racionalmente doutrina alicerçada na fé.
C) explicar as virtudes teologais pela demonstração.
D) flexibilizar a interpretação oficial dos textos sagrados.
E) justificar pragmaticamente crença livre de dogmas

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3 Teoria do Conhecimento

“Suponha-se que seja trazida de súbito a este mundo uma pessoa dotada das mais poderosas faculdades da razão e reflexão. É verdade que ela observaria imediatamente um acontecimento seguindo-se a outro, mas não conseguiria descobrir nada além disso. Ela não seria, no início, capaz de apreender, por meio de nenhum raciocínio, a ideia de causa e efeito.”

(HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano e sobre os princípios da moral. São Paulo: Unesp, 2003.)

Segundo Hume, nossa capacidade de estabelecer relações como aquelas mencionadas no texto resulta do(a):

A) representação construída pela assimilação dos juízos universais.
B) hábito desenvolvido pela repetição de uma operação.
C) testemunho proveniente de relato de terceiros.
D) intuição formada pela atividade mental pura.
E) reminiscência advinda de vidas passadas.

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4 Moral e ética

"A pura lealdade na amizade, embora até o presente não tenha existido nenhum amigo leal, é imposta a todo homem, essencialmente, pelo fato de tal dever estar implicado como dever em geral, anteriormente a toda experiência, na ideia de uma razão que determina a vontade segundo princípios a priori". Fonte:  Kant, Fundamentação da Metafísica dos Costumes

O enunciado expressa a: 

A) Habilidade prática da moral.
B) Transvaloração de valores tradicionalizados.
C) Recusa em fundamentar a moral pela experiência.
D) Ética como ciência exata.
E) Importância dos valores democráticos na amizade.

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5 Teoria Social

“A história de todas as sociedades até agora existentes é a história da luta de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo, mestre de corporação e companheiro, numa palavra, opressor e oprimido, em constante oposição, têm vivido em guerra ininterrupta, ora franca, ora disfarçada; uma guerra que sempre terminou, ou por uma transformação revolucionária de toda a sociedade, ou pela destruição das classes em luta.”

(MARX, K.; ENGELS, F. Manifesto do Partido Comunista. São Paulo: Boitempo, 1998, p. 40.)

Típico de sociedades urbanas industriais, o conflito social apresentado no texto é uma consequência da

A) dissolução da estrutura escravocrata.
B) exploração da propriedade privada.
C) ampliação da cidadania política.
D) difusão da democracia liberal.
E) organização da economia solidária.

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6 Política, Ética

“Para Rawls, a estrutura básica mais justa de uma sociedade é aquela que alguém escolheria se não soubesse qual viria a ser seu papel particular no sistema de cooperação daquela sociedade.” (LOVATTI, F. Uma teoria da justiça, de John Rawls. Porto Alegre: Penso, 2013.)

Pergunta: A teoria da justiça proposta pelo autor, conforme exposto no texto, pressupõe assumir uma posição hipotética chamada de

A) reino de Deus.
B) mundo da utopia.
C) véu da ignorância.
D) estado da natureza.
E) cálculo da felicidade.

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7 Ética, Política

Em sua obra As Origens do Totalitarismo, Hannah Arendt critica a banalização do mal a partir da segregação humana. Essa segregação é alimentada pela:

a) promoção da igualdade entre os povos.
b) valorização da diversidade cultural.
c) rejeição ao direito à diferença.
d) aceitação das diferenças sociais.
e) integração das culturas dominantes.

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8 Politica

Essa atmosfera de loucura e irrealidade, criada pela aparente ausência de propósitos, é a verdadeira cortina de ferro que esconde dos olhos do mundo todas as formas de campos de concentração. Vistos de fora, os campos e o que neles acontece só podem ser descritos com imagens extraterrenas, como se a vida fosse neles separada das finalidades deste mundo. Mais que o arame farpado, é a irrealidade dos detentos que ele confina que provoca uma crueldade tão incrível que termina levando à aceitação do extermínio como solução perfeitamente normal. ARENDT, H. Origens do totalitarismo. São Paulo: Cia. das Letras, 1989 (adaptado).

A partir da análise da autora, no encontro das temporalidades históricas, evidencia-se uma crítica à naturalização do(a):

A - ideário nacional, que legitima as desigualdades sociais.
B - alienação ideológica, que justifica as ações individuais.
C - cosmologia religiosa, que sustenta as tradições hierárquicas.
D - segregação humana, que fundamenta os projetos biopolíticos.
E - enquadramento cultural, que favorece os comportamentos punitivos.
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9 Dialética do Senhor e do Escravo em Hegel

“A consciência-de-si é em-si e para-si quando e porque é em si e para uma Outra, quer dizer, só é como algo reconhecido. Inicialmente uma consciência visa submeter a outra, ao apreendê-la como objeto. Porém precisa ser reconhecida pela outra como sujeito. Mas o outro é também uma consciência-em-si. Um indivíduo se confronta com outro indivíduo. Uma, a consciência independente, outra a consciência dependente. Uma é o senhor, outra é o escravo.” (Hegel, Fenomenologia do Espírito, Parte I, Seção III, §§ 178–196)


a - Hegel, seguindo Kant, entende o conhecimento como um processo puramente ahistórico de tomada de consciência do mundo.

b - A visão hegeliana sobre o conhecer reflete uma percepção puramente especulativa, que rejeita qualquer vínculo com a realidade objetiva.

c - Hegel, na Fenomenologia do Espírito, desenvolveu uma defesa da relação de submissão entre escravo e senhor como parte do desenvolvimento do Espírito.

d - O conhecimento parte de uma consciência de si que, em uma relação de contradição, chega à consciência do outro que lhe nega, mas, simultaneamente, lhe reconhece como sujeito.

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10 Ética, Política

“Mas homens no plural, isto é, os homens que vivem e se movem e agem neste mundo, só podem experimentar o significado das coisas por poderem falar e ser inteligíveis entre si e consigo mesmos.” (Hannah Arendt, A Condição Humana, 2004)

No trecho, a filósofa Hannah Arendt mostra a importância da linguagem no processo de:

a) entendimento da cultura.
b) aumento da criatividade.
c) percepção da individualidade.
d) melhoria da técnica.
e) construção da sociabilidade.

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