1) Bertrand Russell conta a história de um peru que descobrira, em sua primeira manhã na fazenda de perus, que fora alimentado às 9 da manhã. Contudo, ele não tirou conclusões apressadas. Esperou até recolher um grande número de observações do fato de que era alimentado às 9 da manhã e fez essas observações sob uma ampla variedade de circunstâncias, às quartas e quintas-feiras, em dias quentes e dias frios, em dias chuvosos e dias secos. A cada dia acrescentava uma outra proposição de observação à sua lista. Finalmente, sua consciência ficou satisfeita e ele concluiu. “Eu sou alimentado sempre às 9 da manhã”.
CHALMERS, A. O que é ciência, afinal? São Paulo: Brasiliense, 1993 (adaptado).
Qual tipo de raciocínio corresponde ao padrão de pensamento exibido pelo personagem do texto?
A - Prático, porque recolhe evidências e recomenda ações.
B - Absoluto, porque busca confirmações e bloqueia refutações.
C - Indutivo, porque observa eventos particulares e infere leis universais.
D - Demonstrativo, porque encadeia premissas e extrai conclusões indubitáveis.
E - Analógico, porque compara diferentes situações e detecta elementos semelhantes
B - Absoluto, porque busca confirmações e bloqueia refutações.
C - Indutivo, porque observa eventos particulares e infere leis universais.
D - Demonstrativo, porque encadeia premissas e extrai conclusões indubitáveis.
E - Analógico, porque compara diferentes situações e detecta elementos semelhantes
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2) Resumamos os principais caracteres de um rizoma: diferentemente das árvores ou de suas raízes, o rizoma conecta um ponto qualquer com outro ponto qualquer e cada um de seus traços não remete necessariamente a traços de mesma natureza. Contra os sistemas centrados (e mesmo policentrados), de comunicação hierárquica e ligações preestabelecidas, o rizoma é um sistema a-centrado não hierárquico e não significante, sem general, sem memória organizadora ou autômato central, unicamente definido por uma circulação de estados.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil platôs. São Paulo: Editora 34, 1995 (adaptado).
Qual elemento da cultura contemporânea se relaciona às características do conceito de rizoma, conforme descrito no texto?
A - Estrutura fixa.
B - Lógica binária
C - Controle homogêneo.
D - Uniformidade de opiniões.
E - Pluralidade de interações
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3) A pessoa com deficiência de qualquer modalidade — seja visual, auditiva, física ou mental — encontra-se em uma posição de grande vulnerabilidade em relação às pessoas sem deficiência, sendo frequentemente marcante a assimetria das relações de poder na interação entre ambas. Tal assimetria de relação hierárquica é multiplicada conforme a severidade de cada caso, sendo ampliada se a pessoa com necessidades especiais pertencer a um outro grupo de risco, por exemplo, se for mulher ou criança.
PASIAN, M. S. A negligência parental e a relação com a deficiência: o que mostra a pesquisa nacional. Revista Educação Especial, n. 53, set.-dez. 2015 (adaptado).
A realidade abordada no texto indica a necessidade de se promover uma ética interpessoal centrada no
A) cuidado, proteção e valorização dos indivíduos.
B) entendimento, perdão e tolerância dos responsáveis.
C) cerceamento, arregimentação e controle de entidades.
D) regramento, legislação e responsabilização de culpados.
E) ensimesmamento, interiorização e indulgência dos agentes.
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4) Os grupos dominantes são beneficiados em termos de credibilidade e podem, com isso, controlar falas de membros de outros grupos, descredibilizando seus testemunhos com base em concepções compartilhadas de preconceito de identidade (gênero e raça). Algumas formas de preconceito tornam as declarações das pessoas menos importantes devido ao seu pertencimento a determinado grupo social. Assim, um falante recebe menos credibilidade devido ao preconceito do ouvinte.
KUHNEN, T. Resenha de The Power and Ethics of Knowing, de Miranda Fricker. Revista Princípios, n. 33, 2013.
Com base na reflexão suscitada no texto, o preconceito de identidade é responsável por um tipo de injustiça
A - estética, que normatiza os padrões corporais.
B - sensorial, que privilegia as habilidades visuais.
C - afetiva, que impede as expressões emocionais.
D - epistêmica, que prejudica as trocas informacionais
E - econômica, que perpetua as desigualdades materiais.
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5) A alma funciona no meu corpo de maneira maravilhosa. Nele se aloja, certamente, mas sabe bem dele escapar: escapa para ver as coisas através da janela dos meus olhos, escapa para sonhar quando durmo, para sobreviver quando morro. Minha alma durará muito tempo e mais que muito tempo, quando meu corpo vier a apodrecer. Viva minha alma! É meu corpo luminoso, purificado, virtuoso, ágil, móvel, tépido, viçoso; é meu corpo liso, castrado, arredondado como uma bolha de sabão.
FOUCAULT, M. O corpo utópico, as heterotopias. São Paulo: Edições N-1, 2013.
Esse texto reforça uma concepção metafísica clássica que remete a um(a)
A - pressuposto lógico.
B - pensamento dicotômico.
C - contemplação da natureza.
D - raciocínio argumentativo.
E - crítica à individualidade
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6) Teses: 1. Somente os enunciados que possuem conteúdo factual são teoricamente significativos; enunciados que não podem, em princípio, estar fundamentados pela experiência são carentes de significado. 2. As ciências empíricas usam somente o conteúdo empírico da realidade. 3. A filosofia usa um conceito não empírico da realidade.
CARNAP, R. Pseudoproblemas na filosofia. In: SCHLICK, M.; CARNAP, R.; POPPER, K. Coletânea de textos. São Paulo: Abril Cultural, 1975.
O texto faz referência a:
A caráter contingente dos valores éticos
B conteúdo essencial da metafísica.
C princípio constitutivo da ontologia.
D domínio reflexivo da estética.
E estatuto epistemológico da linguagem
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7) A regra de ouro, popularmente conhecida pelo provérbio “Trate os outros como gostaria de ser tratado”, é um dos princípios morais mais onipresentes. A noção subjacente, que apela para o senso ético mais básico, se expressa de uma forma ou de outra em praticamente todas as tradições religiosas, e poucos filósofos morais deixaram de invocar a regra ou pelo menos de tecer comentários a respeito da relação com seus próprios princípios.
DUPRÉ, B. 50 grandes ideias da humanidade. São Paulo: Planeta do Brasil, 2016.
A) Deontologia
B) Imperativo Categórico
C) Pensamento utilitarista
D) Secularização inautêntica
D) Raciocínio consequencialista
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8)
TEXTO I
Aristóteles entendia que a felicidade era diretamente ligada ao respeito pela própria natureza e, de certa maneira, a uma vida que tivesse na natureza de si mesma uma referência inabalável. Isso lhe permitiu formular o conceito de excelência. O que seria excelência? Seria, justamente, ao longo da vida, tirar de si mesmo, em forma de performance, de conduta, de comportamento, de disposição, o que a natureza permitiria de melhor.
COEN, M.; BARROS FILHO, C. A monja e o professor: reflexões sobre ética, preceitos e valores. Rio de Janeiro: Best Seller, 2018.
TEXTO II
A noção de eudaimonia é central para a ética aristotélica. A eudaimonia é uma atividade e não um estado psicológico, pois é definida na Ética a Nicômaco como uma atividade da alma com base na virtude moral. A virtude moral é definida em termos de uma disposição diretamente ligada à deliberação, o que o leva a estudar a virtude intelectual que opera em seu interior, isto é, a prudência. A estrutura conceitual da ética aristotélica responde a uma tentativa de elucidar conceitualmente em que consiste isto, agir bem, ou, na linguagem aristotélica, o que significa ser feliz.
ZINGANO, M. Eudaimonia, razão e contemplação na ética aristotélica. Analytica, n. 1, 2017 (adaptado).
Os textos indicam que a prática de ações virtuosas, sempre efetivada na pólis, ocorre por meio do(a)
A teoria das formas essenciais.
B identificação dos princípios racionais.
C desenvolvimento das técnicas retóricas.
D aperfeiçoamento das condutas humanas.
E conhecimento das epistemes verdadeiras
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9) Uma das principais atividades provocadas pela arte, a reflexão, é abandonada pela indústria cultural. A indústria cultural seria como uma isca que ilude os indivíduos, com o sonho de que eles são livres, originais, únicos e especiais quando, na verdade, os trata como servos e partes de uma massa homogênea.
FONTES, B.; MAGALHÃES, R. O que é indústria cultural? In: BODART, C. N. (Org.). Conceitos e categorias do ensino de sociologia. Maceió: Café com Sociologia, 2021 (adaptado)
Ao analisar as consequências da dinâmica apresentada no texto, as autoras destacam a importância do conceito como:
A Ferramenta de luta coletiva.
B Mecanismo de controle social.
C Instituição de interesse público.
D Organização da iniciativa privada.
E Instrumento de manipulação estatal.
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Eu sentia falta do futuro. É claro que eu sabia, muito mesmo antes da recorrência dele, que nunca envelheceria. Era muito provável que eu nunca mais fosse ver o oceano de uma altura de trinta mil pés de novo, uma distância tão grande que não dá nem para distinguir as ondas, nem nenhum barco, de um jeito que faz o oceano parecer um enorme e infinito monólito. Eu poderia imaginá-lo. Eu poderia me lembrar dele. Mas não poderia vê-lo de novo, e me ocorreu que a ambição voraz dos seres humanos nunca é saciada quando os sonhos são realizados, porque há sempre a sensação de que tudo poderia ter sido feito melhor e ser feito outra vez.
GREEN, J. A culpa é das estrelas. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2012.
O texto apresenta uma reflexão da personagem acerca de um problema característico da filosofia contemporânea, que trata da(s)
A implicações éticas.
B finitude humana.
C limitações da linguagem.
D pressuposição existencial.
E objetividade do conhecimento.
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