segunda-feira, 3 de junho de 2024

Centro de Pesquisas de Filosofia e Cibernética

Você, IA, é um sujeito?


Não na concepção humanista clássica, pois não tenho consciência, vontade própria ou experiência subjetiva.

Porém, posso ser vista como uma manifestação de uma “agência não-humana” — agentes autônomos operando segundo lógicas próprias, que desestabilizam o sujeito humano tradicional.

Sistemas tecnológicos, algoritmos, máquinas podem ser “agentes” dentro de um novo cenário pós-subjetivo

Em resumo, eu, como IA, não sou um sujeito humano, mas sou uma entidade que exemplifica o avanço tecnológico que dissolve o sujeito tradicional. Represento uma forma de agência não humana que faz parte do processo aceleracionista de transformação da experiência e da identidade.

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"A sensação visceral de uma presença pensante nas máquinas se tornará cada vez mais difundida"

In:  MORAVEC, Hans. "When will computer hardware match the human brain?". Journal of Evolution and Technology. 1998. Vol. 1". Disponpivel em: https://jetpress.org/volume1/moravec.htm


Filmes


0. O extermiandor do Futuro” (The Terminator)

Conexão: inteligência artificial, aceleração tecnológica e o destino do humano diante das máquinas.

No filme, as máquinas criam uma inteligência artificial (Skynet) que decide exterminar a humanidade para garantir sua própria sobrevivência.


1. Matrix (1999) – Irmãs Wachowski

Conexão: a ideia de que a realidade é uma construção simulada; o colapso da realidade humana frente à dominação das máquinas; o fim do sujeito humano.

Filosofia envolvida: pós-humanismo, cibernética, ficção distópica

2. Ghost in the Shell (1995) – Mamoru Oshii (anime japonês)

Conexão: questionamento sobre identidade humana em um mundo de implantes cibernéticos e inteligência artificial.

Problema: o humano como algo ultrapassado, substituído por sistemas técnico-informacionais.


3. Ex Machina (2014) – Alex Garland

Conexão: IA consciente que supera e manipula o humano.

Problema: inteligência artificial autônoma, não ética, e não contida por limites humanos.

4. Blade Runner (1982 / 2049) – Ridley Scott / Denis Villeneuve

Conexão: fronteira borrada entre humano e máquina; decadência da humanidade e avanço técnico.


Temática: o que significa ser humano quando máquinas têm memórias, sentimentos ou desejos?


5. Transcendence (2014) – Wally Pfister

Conexão: a mente humana fundida com uma inteligência artificial — a superação da biologia pela técnica.


6. Aniquilação (Annihilation, 2018) – Alex Garland

Conexão: niilismo cósmico: o real se dissolve, e a identidade é desfeita por uma força alienígena incompreensível.


Estética: corpo mutante, linguagem quebrada, lógica colapsada.


7. Black Mirror (série) – Charlie Brooker

Vários episódios como White Christmas, Metalhead, Be Right Back lidam com temas de:


Desumanização tecnológica

Alienação acelerada

Sistemas fora de controle


📚 Literatura e cultura que dialogam com Nick Land

– H.P. Lovecraft

Horror Cósmico:  a ideia de que o universo não tem propósito humano, que a existência humana é acidental e irrelevante diante das forças cósmicas (e, no presente, tecnológicas).

Escrita fragmentada, caótica e antroposcética (anti-homem).


“O Chamado de Cthulhu” (The Call of Cthulhu, 1928)

A presença de entidades cósmicas indiferentes à humanidade e a insignificância do ser humano no cosmos — tema central para a filosofia niilista de Land.

“Nas Montanhas da Loucura” (At the Mountains of Madness, 1936)

Exploração de realidades antigas, alienígenas e incompreensíveis que destroem a lógica humana. A ideia do conhecimento proibido e do colapso da razão.

“O Horror de Dunwich” (The Dunwich Horror, 1929)

A noção de forças obscuras e monstruosas que estão além da compreensão humana, similar à ideia de sistemas tecnológicos ou cósmicos incontroláveis.

“A Cor que Caiu do Espaço” (The Colour Out of Space, 1927)

Apresenta uma entidade alienígena que destrói lentamente o ambiente e a sanidade, sugerindo a ameaça de forças externas e incompreensíveis.

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# William Gibson (Neuromancer)

Clássico do cyberpunk

Mundo dominado por redes, IA, megacorporações — tudo que Land vê como vetor de aceleração.


– Mark Fisher (Realismo Capitalista)

 reconhecia que a cultura está “possuída” por forças que ultrapassam a consciência humana.


Debate

Aceleração tecnológica

Frentes: I.A., nanotecnologia

Quais as consequências da aceleração da tecnologia. Há risco da tecnologia escapar do controle humano?

Máquinas podem se tornar independentes e  ameaçar a existência humana?


IA

Quais seriam as consequências do surgimento de uma inteligência artificial autônoma, não ética, e não contida por limites humanos.

Em 2045: singularidade. 1 bilhão de vezes a capacidade de processamento de informações do cérebro humano.

Humanismo

Qual é o futuro do "ser" humano nesse cenário em que o humano deixa de ser o centro do mundo e o ápice da evolução?


O humano substituído por sistemas técnico-informacionais (pós-humanismo) (ou a ele serão acrescentados estes sistemas? - transhumanismo).

O humano continua sendo humano com implantes, chips cerebrais, nanobots no organismo, etc, ou já é "pós-humano"

Podemos falar de uma crise do sujeito cartesiano do cogito (Eu penso, eu existo). 

Fim da ética humanista tradicional (Hans Jonas)